terça-feira, 5 de julho de 2022

Pensar

 Pensar, pensar, pensar! O nome do blog é redemoinho de pensamentos, né?! Quando eu o criei, estava em um processo muito intenso de autoconhecimento e minha cabeça estava cheia de dúvidas. Hoje em dia tenho mais certezas sobre mim do que naquela época. Os pensamentos mudaram, não tenho mais a necessidade de autoafirmar algumas características e valores sobre mim. Nesse momento o que passa pela minha cabeça, os pensamentos que ficam me rondando, são diferentes, são pensamentos sobre mim e questionamentos do porquê está tão difícil agir. É como eu precisasse de muita energia para executar o que penso e planejo, mas quando paro e penso, não parece tão difícil. Ao mesmo tempo estou aqui, escrevendo sobre isso, porque pensei que ajudaria e ajuda, mesmo que não esteja detalhando com muito detalhes, só que está sendo difícil fazer isso também.

Difícil, difícil, difícil! Quantas vezes terei que digitar essa palavra para então achar fácil? Não sei, mas até lá continuo tentando.

quinta-feira, 30 de junho de 2022

De tempo em tempo

 Escrever sobre o que sinto e vivo é algo que às vezes sinto necessidade. Querer deixar um registro, ou até mesmo para abstrair e tentar entender o que estou sentindo. Não escrevo normalmente, apenas vivo. De tempo em tempo, sinto que preciso escrever e isso pode ser em um dia, um mês, um ano, ou até mais, como é o caso. São pelo menos 4 anos sem escrever sobre mim, aprendi a falar para as pessoas sobre o que estou sentindo por elas e assim fica uma coisa a menos para escrever. É mais difícil colocar para fora o que é muito individual, o que só depende de mim, mas, estranhamente, quando estou me sentindo melhor sinto necessidade de colocar isso em palavras. Sim, significa que passei por muito tempo pensando e digerindo coisas sozinha, sem ter muita coragem de mencionar sobre, porque é sofrido. Talvez pelo que o mundo está passando, talvez pelo que minha família está enfrentando, ou talvez porque tive que encarar a vida adulta de fato. Lembro que um dia escrevi para a Martha Medeiros falando que ela era uma inspiração e que um dia gostaria de ser escritora como ela. Considero que para isso precisa de muito desprendimento, de prática e coragem. Acredito que nunca vou chegar nesse nível, mas se algum dia conseguir, terei mais um motivo para estar feliz.


Emilia Gularte

terça-feira, 3 de outubro de 2017

O melhor tipo de pessoa é daquelas que marca a sua vida de forma clara e positiva. Daquelas que ajudam a ver o mundo por um outro ângulo, que suscitam a curiosidade e vontade de aprender. Essas pessoas são de conversa fácil, não temem em discordar com a maioria, pois sabem que isto faz parte do crescimento e que o diálogo acontece quando se tenta entender os dois lados, buscando por um consenso. Aprendi muito assim, consegui repensar muitos conceitos que estavam "claros", enxergando que em alguns casos o claro é só questão de ponto de vista. Pessoas assim merecem um lugar especial em nossas lembranças. Algumas fazem parte do grupo de amigos e sempre tem aquele assunto profundo que marca as tardes de sossego. Outras delas, porém passaram rapidamente, questão de algumas palavras trocadas, pode ser desde aquela que estava em algum evento que você foi, até aquela que ouviu você conversando com um amigo no metrô e achou pertinente contribuir com o conhecimento. Dessas, muitas vezes, restam apenas a imagem do rosto e a marca de sua essência. Essa é a graça da vida, conhecer pessoas que marcam, que fazem questionar, pensar, desfazer preconceitos e contribuem para uma visão mais humana do outro e de si próprio.

- Emília Gularte

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Nossos caminhos acabaram se encontrando inesperadamente. Entre conversas sobre o mundo e sobre nós, me vi assim sem defesas, vulnerável. Quando você chegou estava me preparando para fechar a porta mais uma vez. A casa está limpa, sem resquícios de um outro amor, não tem porque não deixar alguém entrar, mas por enquanto me pareceu melhor assim, pois há outras coisas que pus como prioridade. Todavia, como minha casa tem varanda, convidei-o para sentar. Os momentos foram tão agradáveis que até te ofereci um café. Do lado de dentro, enquanto a água quente vai se misturando com o café e o açúcar, penso que talvez eu possa me permitir lhe deixar entrar, ao mesmo tempo em que me questiono se você irá gostar do que vai encontrar. A pior das dúvidas, porém, é se depois disto você irá trilhar um caminho junto comigo ou se seguiremos para lados opostos. Enfim, parece que as defesas ainda estão bem próximas, escondidas, mas estão, observando se elas serão necessárias ou não.

- Emília Gularte

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Veio uma vontade enorme de escrever. Parece que alguém começa a me inspirar, a querer mostrar o que penso, o que sinto, o que faz parte da minha subjetividade. Talvez seja um algo passageiro, mas que já começa a acrescentar em minha vida. Só saberei a proporção disto com o tempo, mas espero que permaneça essa parceria intelectual. As coisas que passaram me fortaleceram e não preciso ter vergonha delas. Não sou mais quem eu era há quatro anos, não sou mais quem eu era há dois anos, resta minha essência e o meu eu observador. Há muito venho lutado para me aceitar como sou e deixar de sofrer por não ser aquilo que foi imaginado por outras pessoas. Hoje percebo que posso ser quem realmente sou e que há pessoas que me aceitam assim e que querem estar ao meu lado. Também percebo que existem aquelas que me admiram por eu ser quem sou. Acredito que isto faz parte da maturidade, e dou graças por ter conhecido esta pessoa agora, em um momento em que nossas conversas acabam tendo um efeito muito grande para meu crescimento, pois me ajudam a fortificar meu ser. Espero que da mesma forma eu consiga contribuir para o crescimento de outros.

- Emília Gularte

domingo, 14 de maio de 2017

Prioridade não existe no plural

Conforme envelhecemos o tempo passa cada vez mais rápido e isto não é novidade nenhuma. Para crianças, uma hora é um dia e um dia pode ser uma eternidade, há tempo para tudo e o dia é muito bem aproveitado até que o cansaço chega e o descanso é necessário para mais um dia com todo o gás. Com o passar dos anos, os dias são transformados em horas e as horas em minutos, ou seria mais realista dizer segundos? O fato é que não conseguimos mais fazer o tudo o que temos para fazer, além disso, as tarefas só aumentam, fazendo com que não saibamos qual será nossa prioridade, e muitas vezes acabamos fazendo projetos que seriam maravilhosos se conseguíssemos dedicar mais tempo a eles, mas não temos tempo a perder, muito menos a dispor.
Uma das minhas frases favoritas é de Pablo Picasso e sempre que ela me vem à cabeça me demoro um tempo refletindo nela. “Apenas deixe para amanhã o que você está disposto a morrer tendo deixado de fazer.” Aí encontro um problema, tenho muitas coisas que não gostaria de abrir mão, e isso foi por uns dias um estimulo para estudar não só para faculdade como para projetos pessoais, comer bem, fazer exercícios, trabalhar, etc. Mas como disse, esse impacto durou apenas alguns dias e o cansaço, a indisposição começaram a voltar. Até que um dia juntei a frase ao pensamento de Mário Sergio Cortella de que a palavra prioridade não existe no plural. Foi aí que comecei a repensar sobre minha prioridade e parece até estranho pensar que quando existe mais de uma prioridade, já deixou de ser prioridade. Porem, é necessário que seja assim para que haja foco, se começo uma atividade pensando em outra, não consigo fazer bem nenhuma, nem outra. Mais uma vez nos tornamos escravos do tempo, porque parece que não temos tempo o suficiente para as duas coisas e precisamos correr, com isso não conseguimos nos dedicar totalmente e todo o tempo do mundo será pouco.
Se, porém, colocamos aquilo que estamos fazendo em primeiro lugar, não importando em quanto tempo será gasto com aquela atividade, será possível ter dedicação e consequentemente, ao final, o sentimento será de leveza e gratidão por ter passado o tempo fazendo algo que realmente gostaria de ter feito. O tempo não durará uma eternidade como para uma criança, mas com certeza poderemos aproveitá-lo muito mais se conseguirmos abrir mão de todas as outras ocupações para se entregar de verdade àquilo que está sendo feito. Assim se dá a dádiva do tempo, conhecendo a prioridade que se tem para aquele momento

 - Emília Gularte

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Não se preocupe, seja feliz.

Venho há alguns dias refletindo sobre entregas. Em qualquer relação profunda, é necessário uma entrega, é necessário mostrar-se sem máscaras, confiar, ser sincero. Entretanto fazer isto não é algo fácil, mas pode trazer uma gratificação muito grande. Mesmo em uma relação de amizade, para mim não é fácil mostrar o que está em meu íntimo. Não digo que não consigo espessar minha opinião com sinceridade, não, não é isto, sou sempre o mais sincera possível. O que quero dizer é quando entro em um assunto que me toca e mostram minha individualidade, meus medos, meus sonhos, sinto-me vulnerável, tenho medo de me entregar, de mostrar um pedacinho de mim que apenas poucas pessoas conhecem. Sinto medo de não haver reciprocidade, de ser esquecida e deixada. Por um lado isto é bom, pois primeiro observo e quando vejo que posso confio à pessoa uma confidência, ou algo sobre mim. Por outro lado, existem momentos da vida que não consigo aproveitar ao máximo porque não me entrego por completo. Às vezes fico frustrada, pois o medo parece ser maior que a vontade de me abrir. Pensei muito a respeito, e percebi que ese medo, em boa parte dos casos é bobagem, e que posso me permitir ousar a confiar. Entregar-se faz com que as pessoas com quem você viveu o momento se tornem especiais, e pelo menos por um momento você deu tudo para que elas e você fossem felizes. Ser intenso é isto, é não se importar em o quanto você vai levar daquilo, mas aproveitar o momento por saber que não só você se beneficiará disto, mas o outro também. Você não poderá estar com todos aqueles que você gosta em todos os momentos, mas pode fazer a diferença na vida de vários pessoas proporcionando-lhes momentos especiais com entrega e trocas mútuas. Desta forma é possível levar um pedacinho de cada um que lhe tocou a vida, desta forma a saudade torna-se mais leve, pois ficam os momentos bons que você viveu com intensidade, e não a dúvida do  como seria se você tivesse se permitido aproveitar. Isso é viver, é ser inteiro, independente de quantas vezes você já se quebrou, é deixar que as quedas da vida formem um mosaico, e não apenas cacos sem sentidos que também ferem a outros. Por mais complexo que isto pareça, é o melhor a se fazer, pois normalmente nossos arrependimento são pelas coisas que deixamos de fazer. Aquelas que já fizemos acrescentam de alguma forma ao nosso ser, faz de nós quem somos, nos faz mais maduros. Não tenha medo, não se preocupe, seja feliz.
- Emília Gularte